top of page
_menu.png
Ilustração 05.PNG
  • juliafeldens

17/12/2023

Na pedra em frente a cozinha da casa 2 está escrito:

"Como responder com vida a um sistema produtor de morte?"

“Ouvindo punk rock”, ele me respondeu.


Ele é a única pessoa que, no momento, tenho vontade de conversar aqui dentro, ou melhor, jogar conversa fora, despretensiosamente.  E ele talvez seja também a pessoa que tem as referências, gosto e repertório de vida mais diferentes dos meus, comparado às outras pessoas aqui dentro. “A gente não tem nada a vê”, num primeiro momento eu poderia pensar e garanto que a maioria pensou, pensa e pensaria também em relação a nós. Mas ter vontade e sentir prazer em conversar com ele neste momento que estou doente e exausta de tudo, me mostra que esta primeira impressão é totalmente errada, e que a “maioria” erra mesmo.


Como as diferenças podem se encontrar e criar sinergias até então impensadas? Por onde eu o acesso e ele me acessa? O que possibilitou isso? Quero pensar sobre isso, me interessa muito


 hipóteses: temos valores parecidos, o humor que me atravessa, gosto da abertura dele com as coisas (talvez tenha em alguma medida uma abertura parecida, ou gostaria de ter), admiro sua maneira autêntica de ser. Me sinto a vontade com ele e ele do mesmo jeito comigo (tomara) e acho que isso é porque confio nele e ele, de certa forma, confia em mim. A confiança é a chave para acessar, isso eu já entendi. Como ganhar a confiança já é outra coisa. Dependendo de quem, das diferenças que separam, tudo fica mais áspero. É onde tenho mais me empenhado e o que tem sido mais desafiante, mais difícil e mais bonito também. 


Uma dança.







16 visualizações
bottom of page